Mês: julho 2010

Jogo dos 7 acertos

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Antes de lerem as respostas abaixo, tentem encontrar os elementos de Brasil, Portugal e Alemanha contidos do meu convite de despedida. Foi feito pelo meu primo Fred, publicitário.

1-óbvio: a bonequinha sou eu convidando para festa de despedida na casa da Gigi. A sala da foto é da Gigi mesmo. 
2-Sou brasileira, com cidadania portuguesa e rumando para a Alemanha! (explicadas as bandeirinhas);
3-o tapete da sala é a bandeira de Portugal;
4-os sofás são nas cores da Alemanha;
5-a vista da janela é de Berlim;
6-o quadro na parede é do brasileiro Juarez Machado e se chama A Partida (essa era difícil demais, eu não sabia);
7-a cerveja skol na mesinha é brasileira (eca).

Cortei o cabelo (de novo de novo)

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Acho que estou ficando compulsiva… cortei o cabelo de novo hoje! Desta vez com a Ana Paula fofa.

Tiago, não precisa ficar com ciúmes, tem cabelo para todos! 😉 E outra, agora meu passaporte português tem o cabelo do Tiago e o novo brasileiro o da Ana Paula. Fui na Polícia e eles “recolheram” impressão digital de todos os meus dedos e fizeram a foto na hora. Vão me entregar daqui uns 5 dias.

Comida de Roça

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Mamãe cozinhou na roça comidinha de fogão a lenha, tudo uma delícia! Arrasou! Lombo, milho verde, arroz, angu com fubá da roça, abóbora com casca e molho de carne moída com tomate.

Fotos

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Viajei pra TC (Três Corações) pra visitar meu avô e despedir, já que viajo em poucos dias e só volto (ou não) ano que vem. Pois bem, após 150km o silencioso do meu carro 2001 furou. FUROU. Sabem o que isso significa? Que por mais 150km fui com um barulhão absurdo, quase fiquei louca! Cheguei descabelada, exausta e com muita dor de cabeça. Pois bem, no dia seguinte fizemos o típico programa de índio em família, indo ao aniversário do meu priminho no super meio da roça, tipo 30km de asfalto e 15 de terra! Aí o peito de aço do meu carro sai do lugar…lá vou eu de novo com barulho de coisas batendo, e aquela pedraria e buraco na estrada… na volta…pra coroar… meu pneu não só fura…como rasga, corta, esvazia, enfim, tudo que ele teve direito. Aí troquei! Tá, meu pai fez a maior parte, mas eu juro que ajudei bastante!

Mudança

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Estou feliz demais!

Faltam menos de 15 dias para minha mudança ultra super mega radical. Mudarei de cidade, estado e país ao mesmo tempo. (?!) Outro dia pensei: sou fascinada pela Alemanha desde que cantei meu primeiro Lied (An Chloë, Mozart).

Comecei a estudar alemão aos 19 anos, mas sempre super langsam (lento), e como alemão é esta língua difícil, não aprendi até hoje! Tá, calma, deixa eu me explicar, olha meu exagero. Eu fazia uma aulinha por semana, nem tinha aula de conversação…então sempre fui super a passos lentos. Fora que parei totalmente de fazer aula em vários períodos, principalmente durante os 2 anos do mestrado (2007-2009), quando eu só pensava nas Lendas Amazônicas de Waldemar Henrique. Aí, no ano passado, veio o convite do regente Márcio Silva para cantar em 3 concertos na Alemanha, foi quando peguei pesado pela primeira vez na vida e resolvi puxar lá do fundo do meu cérebro as informações de língua que já estavam lá guardadinhas. O problema é que o tempo inteiro fiquei em casa de brasileiro ou com gente que falava inglês…aí já viu né! Só treinei mesmo quando estava sozinha. Aí foi bom! E agora vou reverter esta situação, preciso me desinibir! Tenho esperança de que o passaporte português facilite um pouquinho minha vida no exterior e meu alemão arranhado mas comunicável dê conta do recado também!

I can tell the world – Continuação 4

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Post escrito por Arnon Sávio, maestro do Coro Madrigale. Leiam no blog original clicando aqui.


A partir do final do século XIX, com a criação das primeiras universidades negras, a necessidade de recursos financeiros fez com que alguns músicos montassem grupos de cantores para executarem suas canções de origem. O sucesso inesperado fez com que esta música embarcasse rapidamente para fora dos Estados Unidos, alcançando, até os meados do século XX, reconhecimento mundial.

A liberdade dada aos compositores nas composições de arranjos para as várias melodias cantadas pelos negros foi um dos motivos de enriquecimento e modernidade do gênero. Compositores, negros e brancos, têm conseguido enriquecer o universo musical dos spirituals através da sua visão pessoal e experiência musical. Músicos importantes são: William Dawson, Robert Shaw, Alice Parker, Robert DeCormier, Moses Hogan, etc. Este último merece uma especial atenção por se tratar do responsável por uma última revolução na abordagem das melodias negras. Trabalhando com o Moses Hogan Chorale e com o Moses Hogan Singers, criou um grande número de novos arranjos cantados, hoje, pelos corais do mundo inteiro e executados em concursos e festivais.

Infelizmente, Moses Hogan faleceu em 2003, o que nos faz aguardar uma nova geração de compositores renovadores dos spirituals.

Conheçam a simpatia de Moses Hogan neste vídeo:

I can tell the world – Continuação 3

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Entre 1865 e 1925  
Post escrito por Arnon Sávio, maestro do Coro Madrigale. Leiam no blog original clicando aqui.

Os Spirituals eram cantados nas igrejas com uma ativa participação da congregação (como é comum nas igrejas pentecostais). As letras permaneceram similares àquelas dos primeiros negro spirituals.

Elas eram frequentemente embelezadas e eram também chamadas de “canções de igreja” ou “jubilees” ou “holy roller songs”. Além disso, alguns hinos foram mudados por afro-americanos e se tornaram os “Dr Watts”

Dr WATTS
O Dr. Isaac Watts foi um ministro Inglês, que publicou vários livros: «Hymns e Spiritual Songs», em 1707, “Os Salmos de David”, em 1717. As várias denominações protestantes aprovaram seus hinos, que foram incluídos em vários hinários daquela época.

Durante o período pós-Guerra Civil (Guerra de Secessão) e, mais tarde, alguns congregação realizavam serviços sem hinários. Um diácono (ou cantador) definia a afinação e lembrava as palavras metade cantando, metade recitando de maneira potente. As pessoas chamavam seus hinos de “hinos de longa duração (por causa do andamento muito lento) ou” Dr Watts “, mesmo que eles não tenham sido escrito por ele. Missionários informaram sobre o “extase” no qual os escravos ficavam cantando os salmos e hinos do Dr Watts.

A característica principal deste tipo de canto era a melodia melismática e agitada, pontuada depois de cada oração pela entonação do lider da próxima linha do hino. As vozes masculinhas dobravam as femininas uma oitava abaixo e terças e quintas ocorriam quando os indivíduos deixavam as melodias para cantar emu ma região mais confortável. A qualidade do canto era característica pelo sons guturais e/ou nasais com frequente exploração de falsetto, rosnados e gemidos.

Um exemplo para este tipo de canção é “Swing Low, Sweet Chariot”:

SWING LOW SWEET CHARIOT

Líder: Swing low, sweet chariot
Coro: Coming for to carry me home
Líder: Swing low, sweet chariot
Coro: Coming for to carry me home
Líder: If you get there before I do
Coro: Coming for to carry me home
Líder: Tell all my friends, I’m coming too
Coro: Coming for to carry me home

Uma homenagem aos grandes cantores de spirituals americanos:

I can tell the world – Continuação 2

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Negro spirituals
Mais um post “roubado” do blog do Madrigale, escrito por Arnon Sávio Reis de Oliveira.

As melodias e os ritmos, antes de 1865

As melodias e os ritmos dos negro spirituals e canções Gospel são altamente influenciadas pela música do ambiente cultural de uma época. Isto significa que seu estilo está continuamente mudando.

Os primeiros negro spirituals foram inspirados pela música africana, diretamente, mesmo que as melodias não estivessem muito distantes daquelas dos hinos. Algumas delas, as quais eram chamadas de “shouts” eram acompanhadas com danças típicas que incluíam palmas e batidas de pés.

SHOUTS
Depois de um culto regular, as congregações costumavam permanecer para um “ring shout”. Era uma manutenção das danças primitivas africanas. Posteriormente, isto foi proibido por ministros e membros mais educados. Homens e mulheres formavam um círculo ou anel e a música começava, talvez com um Spiritual, e o anel começava a se mover, a princípio lentamente, depois com passos rápidos. A mesma frase musical era repetida por hora, o que produzia um estado de êxtase. As mulheres gritavam e caía e os homens, exaustos, saiam do anel.

Alguns cantos religiosos afro-americanos desta época eram chamados de gemidos (moan) ou sussurros (groan). Mas isto não quer dizer dor. É um tipo de feliz rendição proporcionada por uma canção, frequentemente misturada com um zumbido e variações melódicas espontâneas. (extraído de www.negrospiritual.com)

Ouçam The Battle of Jericho, cantado pelo Nathaniel Dett Choir:
http://www.youtube.com/watch?v=Ks7fLAwzVxY

Ouçam The Battle of Jericho, cantado pelo CORO MADRIGALE:
http://www.youtube.com/watch?v=0ONB00IFIYQ (solo de Isabela Santos para “derrubar as muralhas”)

I can tell the world – Continuação 1

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Negro Spirituals (post escrito por Arnon Sávio no blog do Madrigale)
Quase todos os primeiros africanos que chegaram ao Novo Mundo eram escravos, os quais vieram para trabalhar em fazendas ou nas nascentes cidades. Como a maioria se tornou cristã, tinham por hábito permanecerem após os cultos regulares para cantarem e dançarem. Diferente do Brasil, os senhores de escravos não permitiam aos negros tocarem tambores, como era habitual na África, o que desenvolveu uma tradição melódica tão importante no desenvolvimento não só dos spirituals, mas também das várias formas surgidas no século XX (blues, jazz, etc…)

As letras de negro spirituals eram intimamente ligados com a vida dos seus autores: os escravos. Enquanto as músicas de trabalho (work songs) se relacionavam apenas com a sua vida diária, spirituals eram inspirados pela mensagem de Jesus Cristo e seu Evangelho (Gospel): “Você pode ser salvo”. Eles eram diferentes dos hinos e salmos, porque eram uma maneira de compartilhar a difícil condição de ser um escravo.

Muitos escravos na cidade e nas plantações tentaram fugir para “uma terra livre” (Heaven), que eles chamavam de “minha casa” (my home) ou “Doce Canaã, a Terra Prometida”. Este país estava no lado norte do rio Ohio, o qual eles chamavam de “Jordão” (Jordan). Alguns negro spirituals referem-se à Underground Railroad – UGRR (ferrovia clandestina), uma organização para ajudar os escravos a fugir.

Um fugitivo, orientado pela URGG, podia seguir vários caminhos. Primeiro, eles tinham que andar à noite, iluminados por tochas ou pelo luar. Quando necessário, eles andavam na água (wade ), de modo que os cães não poderiam seguir o seu rastro. Segundo, eles saltariam nas carruagens (chariots) onde eles se esconderiam para irem embora da região. Estas carruagens (trens) paravam em algumas “estações” (stations), mas esta palavra podia significar algum lugar onde os escravos tinham que ir para serem levados na carga.

Ouçam o Moses Hogan Chorale executando Swing Low, Sweet Chariot. O arranjo é do próprio Hogan, e eles executaram após sua morte:http://www.youtube.com/watch?v=N9Sq7V29xXQ&feature=related

I can tell the world

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O post abaixo foi escrito pelo maestro Arnon Sávio Reis de Oliveira no blog do Coro Madrigale.
O primeiro assunto que me interessa é aquele que é motivo de estudos do Madrigale atualmente: negro spiritual. O que é um spiritual? O que é um negro spiritual? E mais uma pergunta para aqueles que adoram este gênero tão cheio de suingues: vocês sabiam que os NS são, acima de tudo, música religiosa?
Os coros do mundo inteiro se dedicam ao NS por ser um tipo de música altamente expressiva, vibrante, cativante, que permite um acesso fácil ao público culto ou leigo, mas, meu Deus, quantas são as aberrações interpretativas que vemos, sobretudo no youtube, motivadas pela não compreensão e entendimento do estilo. Então, tentemos entender o assunto.
O spiritual é um hino religioso. Os negros americanos os cantavam dentro e fora das igrejas, pois esta era a informação musical que eles tinham. Com o passar do tempo, elementos africanos são inseridos nos mesmos criando a primeira versão musical do povo afro-americano. Como até o século XIX, os negros americanos são escravos, os temas preferidos são aqueles relacionados à liberdade, à fuga do cativeiro, à esperança, a um paraíso na terra, etc… idéias que ainda se adéquam a qualquer cultura e raça ainda nos nossos tempos.
Um link para o deleite de todos: