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Carteira de Motorista – Parte 3 = final!
Este post é destinado a todas as pessoas que tem carteira de motorista brasileira e querem converter pra alemã.
Tudo começou em março de 2011 e terminou em abril de 2013. Levei 2 anos pra converter minha carteira de motorista brasileira pra alemã. Agora que tudo passou, vejo que não é difícil, mas uma coisa é certa: dedicação é necessária! Rapadura é doce mas não é mole! E pra mim, a parte teórica foi muito mais difícil que a prática. Justamente porque eu a banalizei. Só passei quando levei a sério o que estava fazendo. E nisso joguei fora 100€ mais ou menos (3 provas + renovação dos documentos).
Para ver a saga da minha carteira alemã, clique nos posts a seguir:
Parte 1 (março 2011)
Parte 2 (setembro 2011)
Parte 3 é o post que você está lendo (abril 2013)
História toda resumida: tirei umas fotos de passaporte, fiz o teste de visão na ótica, cursinho de primeiros socorros e tradução juramentada da carteira brasileira. Juntei tudo e fui no Bürgeramt do meu bairro, munida também de passaporte e Anmeldung (registro de residência). Entreguei tudo pra mulher e uns 3 meses depois (demora muito) chegou uma carta dizendo que eu podia já fazer a prova prática da auto escola. Pode ser em qualquer língua da união europeia, mas a verdade é que o mais aconselhável mesmo é em alemão, segunda opção inglês. Eu fiz em português de Portugal e tive que aprender várias palavras novas, talvez tivesse sido mais produtivo aprendê-las já em alemão! Mas bem, não importa. Só tô falando isso porque tem sim tradução macarrônica/google nos testes em português que se você não treinou realmente as perguntas não sabe o que eles querem dizer. Passando adiante… achei que ia ser fácil porque já dirigia desde os 18 anos e dei uma estudadinha no livro em alemão que comprei por 14€ e fiz a prova. Bomba 1. Depois dei uma estudadinha com o “fahrschulcard” na internet e resolvi tentar de novo. Bomba 2. Lembrando que cada prova custa 20€ e você tem que esperar 2 semanas depois que fez uma pra tentar outra. ok, aí estudei mais um bocado só e resolvi tentar mais uma de todo jeito, porque quando fui ver meus documentos todos tavam pra expirar e eu com viagem marcada pro Brasil no dia seguinte. Bomba 3. Quando voltei do Brasil já tinha expirado tudo (depois que você recebe a carta tem 1 ano pra passar na prova teórica). Poisé…fui levando tudo na maciota e me ferrei.
Aqui começa a Parte 3 de fato: Aí descobri que eu podia renovar tudo por mais um ano somente pagando de novo a taxa no Bürgeramt de 43€, sem precisar fazer outro exame de visão, primeiros socorros etc. Renovei. Aí quando a carta nova com a autorização chegou aqui em casa – dessa vez demorou menos…2 meses só… – eu já tava indo de novo pro Brasil. ok. Quando voltei comecei a ensaiar e cantar freneticamente na ópera do malandro, depois fiz férias em Portugal. Aí sim, finalmente, resolvi pegar firme! E peguei. Respondi todas as perguntas e revisei várias vezes as que errei, fiz um monte de simulados etc, estudei de verdade, por umas 2 semanas digamos, algumas poucas horas por dia. Aí fiz o teste de novo. Passei com zero erro. Uhu! Finalmente! No dia seguinte me matriculei numa auto escola, porque a prova de direção tem que ser através de alguma. Fiz 5 aulas de direção pra “pegar as manhas” das ruas na Alemanha e fiz a prova prática. Passei.
Notas sobre os custos: No início do processo eu calculei que ia gastar uns 500€ com o processo todo mais 2 aulinhas e a prova, mas eu não sabia que além dos 85€ da prova com o Prüfer (examinador), também tinha que pagar 20€ de inscrição na auto escola e 90€ pra auto escola pela prova e o professor, que acompanha você na prova. Achei isso bom (o instrutor junto, digo), porque pelo menos tem algum rosto familiar junto no carro. A outra coisa é que 2 aulas práticas só pra tentar a prova não seriam suficientes, fiz 5. E no final das minhas contas, deu mais ou menos 800€ tudo. Só pra ter uma noção, pra quem não é transcrição e tá tirando do zero a carteira aqui, custa no míiiiinimo 2000€, isso se você é muito talentoso. De toda forma fiquei sabendo que no Brasil também tá caro a beça. Tem muitas diferenças práticas e teóricas em dirigir aqui e no Brasil, as principais que eu vou enumerar:
1-aqui se faz conversão à esquerda no meio do cruzamento, muitas vezes também com outro carro virando a esquerda vindo do lado oposto ao seu, aí vocês ficam “embicados” cada um pra virar pra sua esquerda no meio do cruzamento. Loucura. Mas funciona. No Brasil eu chamaria isso de imprudência!
2-TODO raio de cruzamento você tem que ver se você tem a preferência. Vai achando que só porque tá na “avenida principal” você tem o direito…vai…
3-A velocidade dentro da cidade muda o tempo todo, basicamente de 30 pra 50, e em algumas zonas “de trânsito sossegado” é 10km/h! Dez!!! Você “passeia” com o carro porque na verdade esse tipo de zona é uma grande calçadão. Só que só quem tá fazendo auto escola que respeita essa velocidade, os outros te cortam buzinando. Mas segundo meu instrutor muitas vezes são multados, porque às vezes tem polícia. Costuma ter polícia também checando velocidade em frente a escolas. Bom…aí a pegadinha é que você tá numa rua a 50km e no próximo cruzamento vê a placa de 30, reduz, certo? Nem sempre…porque você tem que ler a OUTRA placa embaixo dessa falando pra qual HORÁRIO essa placa vale! E andar sem comprovada necessidade mais lento que a via permite também é PROIBIDO, porque você atrapalha o trânsito.
4-o sinal verde abre junto pra carros e pessoas. Legal né? (Isso foi sarcasmo). Assim, o que acontece? Oba! Abriu…ops, vem pedestre, fico parada. Agora vou…ops, bicicleta. Ah…mais pedestre e…finalmente, fui. O tempo inteiro virando pra esquerda ou direita SEMPRE tem que prestar MUITA atenção aos pedestres, que obviamente tem preferência e bicicletas. Até quando a super ultra suprema preferência é sua, porque eles também tem direito de errar (ou andar ‘criminalmente’ pelas ruas) e você não tem o direito de atropelar ninguém.
Agora as diferenças na prova prática: aqui a prova dura de 25-45 minutos (a minha durou 30), e você anda de verdade, com direito a pegar um trecho de auto estrada e tudo mais. Tem várias coisas que “podem” ter na prova, e na minha basicamente teve quase todas!!! Fiz baliza, fiz freada de perigo (simulada), peguei auto estrada, fiz retorno em U, virei a esquerda em vários tipos diferentes de cruzamentos, tendo que prestar atenção em cada caso qual linha manter, teve situação de placa “stop”, que tem que parar na linha da visão e não na placa, como no Brasil, mesmo que isso signifique chegar beeem pra frente no cruzamento e virei à direita num sinal peculiar que tem aqui com uma seta verde pintada, significa que você pode virar se não vier ninguém, mesmo que o sinal de verdade esteja vermelho.
Segundo meu instrutor, todos os examinadores são legais, e o meu era mesmo. Fingiu que nem tava prestando atenção direito e me deu as instruções com calma e sem pegadinhas. Foi super tranquilo. Eu estava calmíssima até o último minuto antes de começar a prova. Depois meu braço e perna esquerdos começaram a tremer internamente, mas segurei firme e fui acalmando. Fiquei me lembrando que eu dirijo há 12 anos, que eu gosto de dirigir e que dirijo bem e que ia me lembrar de tudo que o instrutor me ensinou! Deu certo.
Dito isso, foi importante pra mim fazer essas aulinhas. E sugiro, pra quem quer converter a carteira, que aproveite ao máximo os primeiros 6 meses de moradia que você pode dirigir com a carteira brasileira pra você treinar isso tudo sem ter que pagar 28€/45 min!
Não pretendo ter carro aqui, mas já fiz meu “car sharing”! Conhecem? Carro compartilhado. Existem algumas empresas aqui em Berlim que fazem isso, por exemplo drive now e car2go. Paga-se uma inscrição de 20-30€ (que eu não paguei porque tinha um cupom de isenta que ganhei), baixa-se o app pro celular com o mapa de onde tem carros estacionados, você vai lá, abre o carro com o chip que fez no registro, a chave fica dentro, você paga depois com cartão de crédito os minutos que usou, geralmente 0,30€ por minuto com tudo incluído. Tudo. Nem ticket de estacionamento tem que por, só não pode parar em local proibido, né! Aí é assim…você olha onde tá o carro mais perto de você, pega, usa o que precisa, deixa onde quer e ele está livre pra outra pessoa pegar.
Joguei a toalha
- Vocês conseguem por acaso diferenciar a voz de cantores líricos?
- Sabem qual é qual? Por exemplo, só ouvindo, vocês saberiam dizer a diferença entre esta cantora e esta ou esta?
- Todos os cantores líricos que vocês ouvem parecem o mesmo?
- Vocês conseguem entender o texto que o cantor lírico canta?
E as novidades são…
Calei a boca
P.S.1 Preciso de um tênis fechado bonitinho delicado e confortável anti chuva.
P.S.2 Vou muito provavelmente conseguir um estágio musical. 😉 Não vou falar mais senão o olho gordo vai crescer! Isso é síndrome de cantora afetada pelos pepinos.
P.S.3 Berlin, me aguarde, agora tenho oficialmente um Duo de “órgão e voz” com o tecladista polonês Szimon Jabukowisky. Órgão é aquele instrumento enorme cheio de tubos que algumas igrejas possuem. Para o final do verão, sairá pelo menos 1 concerto. Hoje tivemos nossa primeira reunião para escolha de repertório.
Enquanto isso no banheiro (parte II)
Roma-Berlim
Colosseo (Coliseu) |
Fontana di Trevi: a do filme La Dolce Vita e Elsa e Fred |
Para fechar, olha a Praça que encontramos perto do Museu MACRO: (E esta foi minha viagem de Páscoa. Arrivederci!)