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Carteira de Motorista – Parte 3 = final!

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Este post é destinado a todas as pessoas que tem carteira de motorista brasileira e querem converter pra alemã.

Tudo começou em março de 2011 e terminou em abril de 2013. Levei 2 anos pra converter minha carteira de motorista brasileira pra alemã. Agora que tudo passou, vejo que não é difícil, mas uma coisa é certa: dedicação é necessária! Rapadura é doce mas não é mole! E pra mim, a parte teórica foi muito mais difícil que a prática. Justamente porque eu a banalizei. Só passei quando levei a sério o que estava fazendo. E nisso joguei fora 100€ mais ou menos (3 provas + renovação dos documentos).

Para ver a saga da minha carteira alemã, clique nos posts a seguir:
Parte 1 (março 2011)
Parte 2 (setembro 2011)
Parte 3 é o post que você está lendo (abril 2013)

História toda resumida: tirei umas fotos de passaporte, fiz o teste de visão na ótica, cursinho de primeiros socorros e tradução juramentada da carteira brasileira. Juntei tudo e fui no Bürgeramt do meu bairro, munida também de passaporte e Anmeldung (registro de residência). Entreguei tudo pra mulher e uns 3 meses depois (demora muito) chegou uma carta dizendo que eu podia já fazer a prova prática da auto escola. Pode ser em qualquer língua da união europeia, mas a verdade é que o mais aconselhável mesmo é em alemão, segunda opção inglês. Eu fiz em português de Portugal e tive que aprender várias palavras novas, talvez tivesse sido mais produtivo aprendê-las já em alemão! Mas bem, não importa. Só tô falando isso porque tem sim tradução macarrônica/google nos testes em português que se você não treinou realmente as perguntas não sabe o que eles querem dizer. Passando adiante… achei que ia ser fácil porque já dirigia desde os 18 anos e dei uma estudadinha no livro em alemão que comprei por 14€ e fiz a prova. Bomba 1. Depois dei uma estudadinha com o “fahrschulcard” na internet e resolvi tentar de novo. Bomba 2. Lembrando que cada prova custa 20€ e você tem que esperar 2 semanas depois que fez uma pra tentar outra. ok, aí estudei mais um bocado só e resolvi tentar mais uma de todo jeito, porque quando fui ver meus documentos todos tavam pra expirar e eu com viagem marcada pro Brasil no dia seguinte. Bomba 3. Quando voltei do Brasil já tinha expirado tudo (depois que você recebe a carta tem 1 ano pra passar na prova teórica). Poisé…fui levando tudo na maciota e me ferrei.

Aqui começa a Parte 3 de fato: Aí descobri que eu podia renovar tudo por mais um ano somente pagando de novo a taxa no Bürgeramt de 43€, sem precisar fazer outro exame de visão, primeiros socorros etc. Renovei. Aí quando a carta nova com a autorização chegou aqui em casa – dessa vez demorou menos…2 meses só… – eu já tava indo de novo pro Brasil. ok. Quando voltei comecei a ensaiar e cantar freneticamente na ópera do malandro, depois fiz férias em Portugal. Aí sim, finalmente, resolvi pegar firme! E peguei. Respondi todas as perguntas e revisei várias vezes as que errei, fiz um monte de simulados etc, estudei de verdade, por umas 2 semanas digamos, algumas poucas horas por dia. Aí fiz o teste de novo. Passei com zero erro. Uhu! Finalmente! No dia seguinte me matriculei numa auto escola, porque a prova de direção tem que ser através de alguma. Fiz 5 aulas de direção pra “pegar as manhas” das ruas na Alemanha e fiz a prova prática. Passei.

Notas sobre os custos: No início do processo eu calculei que ia gastar uns 500€ com o processo todo mais 2 aulinhas e a prova, mas eu não sabia que além dos 85€ da prova com o Prüfer (examinador), também tinha que pagar 20€ de inscrição na auto escola e 90€ pra auto escola pela prova e o professor, que acompanha você na prova. Achei isso bom (o instrutor junto, digo), porque pelo menos tem algum rosto familiar junto no carro. A outra coisa é que 2 aulas práticas só pra tentar a prova não seriam suficientes, fiz 5. E no final das minhas contas, deu mais ou menos 800€ tudo. Só pra ter uma noção, pra quem não é transcrição e tá tirando do zero a carteira aqui, custa no míiiiinimo 2000€, isso se você é muito talentoso. De toda forma fiquei sabendo que no Brasil também tá caro a beça. Tem muitas diferenças práticas e teóricas em dirigir aqui e no Brasil, as principais que eu vou enumerar:

1-aqui se faz conversão à esquerda no meio do cruzamento, muitas vezes também com outro carro virando a esquerda vindo do lado oposto ao seu, aí vocês ficam “embicados” cada um pra virar pra sua esquerda no meio do cruzamento. Loucura. Mas funciona. No Brasil eu chamaria isso de imprudência!
2-TODO raio de cruzamento você tem que ver se você tem a preferência. Vai achando que só porque tá na “avenida principal” você tem o direito…vai…
3-A velocidade dentro da cidade muda o tempo todo, basicamente de 30 pra 50, e em algumas zonas “de trânsito sossegado” é 10km/h! Dez!!! Você “passeia” com o carro porque na verdade esse tipo de zona é uma grande calçadão. Só que só quem tá fazendo auto escola que respeita essa velocidade, os outros te cortam buzinando. Mas segundo meu instrutor muitas vezes são multados, porque às vezes tem polícia. Costuma ter polícia também checando velocidade em frente a escolas. Bom…aí a pegadinha é que você tá numa rua a 50km e no próximo cruzamento vê a placa de 30, reduz, certo? Nem sempre…porque você tem que ler a OUTRA placa embaixo dessa falando pra qual HORÁRIO essa placa vale! E andar sem comprovada necessidade mais lento que a via permite também é PROIBIDO, porque você atrapalha o trânsito.
4-o sinal verde abre junto pra carros e pessoas. Legal né? (Isso foi sarcasmo). Assim, o que acontece? Oba! Abriu…ops, vem pedestre, fico parada. Agora vou…ops, bicicleta. Ah…mais pedestre e…finalmente, fui. O tempo inteiro virando pra esquerda ou direita SEMPRE tem que prestar MUITA atenção aos pedestres, que obviamente tem preferência e bicicletas. Até quando a super ultra suprema preferência é sua, porque eles também tem direito de errar (ou andar ‘criminalmente’ pelas ruas) e você não tem o direito de atropelar ninguém.

Agora as diferenças na prova prática: aqui a prova dura de 25-45 minutos (a minha durou 30), e você anda de verdade, com direito a pegar um trecho de auto estrada e tudo mais. Tem várias coisas que “podem” ter na prova, e na minha basicamente teve quase todas!!! Fiz baliza, fiz freada de perigo (simulada), peguei auto estrada, fiz retorno em U, virei a esquerda em vários tipos diferentes de cruzamentos, tendo que prestar atenção em cada caso qual linha manter, teve situação de placa “stop”, que tem que parar na linha da visão e não na placa, como no Brasil, mesmo que isso signifique chegar beeem pra frente no cruzamento e virei à direita num sinal peculiar que tem aqui com uma seta verde pintada, significa que você pode virar se não vier ninguém, mesmo que o sinal de verdade esteja vermelho.

Segundo meu instrutor, todos os examinadores são legais, e o meu era mesmo. Fingiu que nem tava prestando atenção direito e me deu as instruções com calma e sem pegadinhas. Foi super tranquilo. Eu estava calmíssima até o último minuto antes de começar a prova. Depois meu braço e perna esquerdos começaram a tremer internamente, mas segurei firme e fui acalmando. Fiquei me lembrando que eu dirijo há 12 anos, que eu gosto de dirigir e que dirijo bem e que ia me lembrar de tudo que o instrutor me ensinou! Deu certo.

Dito isso, foi importante pra mim fazer essas aulinhas. E sugiro, pra quem quer converter a carteira, que aproveite ao máximo os primeiros 6 meses de moradia que você pode dirigir com a carteira brasileira pra você treinar isso tudo sem ter que pagar 28€/45 min!

Não pretendo ter carro aqui, mas já fiz meu “car sharing”! Conhecem? Carro compartilhado. Existem algumas empresas aqui em Berlim que fazem isso, por exemplo drive now e car2go. Paga-se uma inscrição de 20-30€ (que eu não paguei porque tinha um cupom de isenta que ganhei), baixa-se o app pro celular com o mapa de onde tem carros estacionados, você vai lá, abre o carro com o chip que fez no registro, a chave fica dentro, você paga depois com cartão de crédito os minutos que usou, geralmente 0,30€ por minuto com tudo incluído. Tudo. Nem ticket de estacionamento tem que por, só não pode parar em local proibido, né! Aí é assim…você olha onde tá o carro mais perto de você, pega, usa o que precisa, deixa onde quer e ele está livre pra outra pessoa pegar.

Joguei a toalha

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Sub-título: desisti de fazer uma prova de mestrado e ainda fui cortada da banda de samba
Estou em Berlim há apenas 10 meses, cheguei com dinheiro, falando alemão, cantando bem e cheia de disposição. Aí fui vivendo, conhecendo, me intimidando, ganhando confiança de novo (acho que essas duas anteriores vão continuar), chorando, me alegrando e me informando. Fiz uma audição pra uma agência de músicos e não passei, entretanto eles disseram que assim que eu melhorasse meu alemão era pra eu voltar. Em setembro farei a mesma prova que fiz em setembro passado pra essa agência. Verei o que eles vão falar desta vez. Meu alemão melhorou, com certeza, mas pode ser que ainda não tenha nenhuma vaga aberta nos teatros, o que é bem possível, informação que obtive de fonte segura semana passada. Mas tá… continuando… fiz prova pra um curso entre o mestrado e o doutorado numa Universidade de música e também não passei, apenas 1 pessoa passou, entretanto fiquei feliz e orgulhosa da minha prova, sei que fui muito bem. Foi bom eles me conhecerem. Depois fui pro Brasil, renovei a confiança porque assim que cheguei eu já tinha eventos pra cantar em vários dias e ainda concerto no Rio de Janeiro. Aí voltei pra Berlim e comecei a ver quais eram as novas possibilidades e no meio tempo fui novamente perdendo confiança no alemão.
Voltei a estudar alemão e me animei de fazer uma prova de mestrado em ópera na outra Uni de Música que tem em Berlim. Fui lá toda serelepe, fiquei “amiga” da secretária de um departamento, conversei um tempão com o coordenador, estava estudando todos os dias, confiante e satisfeita, até que fui ouvida por um dos professores da Uni. Ele é considerado (pelo coordenador) o melhor professor da escola. Ele é tenor e italiano. Eu devia ter imaginado que não ia dar certo pra mim ser ouvida justo por ele. Eu tenho PA-VOR de técnica de canto italiana. Ó! Falo mesmo! Tenho certeza absoluta que se algum cantor profissional que usa a chamada técnica italiana me ler agora vai comentar no meu blog contra! Mas voz é igual *** e cada um tem a sua, e nunca um vai concordar com o outro.
Questionário rápido:
  1. Vocês conseguem por acaso diferenciar a voz de cantores líricos?
  2. Sabem qual é qual? Por exemplo, só ouvindo, vocês saberiam dizer a diferença entre esta cantora e esta ou esta?
  3. Todos os cantores líricos que vocês ouvem parecem o mesmo?
  4. Vocês conseguem entender o texto que o cantor lírico canta?
Se responderam negativamente a pelo menos uma das perguntas (ou “sim” pra 3a), estão no meu time. Eu sou CONTRA esse tipo de voz fabricada. E estas vozes “fabricadas” geralmente usam o que? A tal técnica italiana. Olha, pra me justificar um pouco, os exemplos de cantoras na pergunta número 2 são grandes cantoras, reconhecidas e que eu gosto também. Mas acredito que só alguém com treinamento consegue realmente reconhecer auditivamente o timbre de cada uma. Eu tenho a minha voz e quero continuar tendo
E falei isso tudo pra dizer que pela primeira vez na vida eu desisti de algo. Desisti de fazer a prova pro mestrado que paguei pra me inscrever. Foi terça-feira e não fui. E não ia adiantar só fazer por fazer a prova porque estou sem cantar de verdade há meses, o repertório de canto lírico não é só “abrir a boca e cantar” porque as coisas são complicadas e eu ia acabar causando uma péssima primeira impressão. Primeira boa impressão só temos uma chance de causar. Aí foi isso, desisti e pronto. No dia seguinte a banda de samba que eu estava animada também furou. Me resta tomar coragem e voltar a estudar canto seriamente e estar sempre preparada para futuras audições e provas, não importando a época que serei convocada.

E as novidades são…

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Estou em fase de montar repertório barroco para um duo com o organista polonês Szimon. Já escolhemos 2 cantatas de Albinoni. E em breve terei também uma banda de sambas antigos com um violonista e um percussionista, os dois brasileiros. Agora, para os dois projetos o resultado ainda vai demorar um pouquinho a aparecer, pois como falei, fase de fazer repertório, ainda nem começamos a ensaiar. Isso virá logo, mas não tem data. Com o organista talvez já tenhamos um concerto em agosto, veremos.
Fiz um curso de 114 horas no SENAC-BH em 2006 para Maquiador(a) Profissional e outro extra em outro lugar para Maquiagem Artística e efeitos especiais. Fui em Berlim no Senatsverwaltung für Bildung, Wissenschaft und Forschung para ver como fazia o reconhecimento do meu certificado. Bom, não dá pra fazer. Não deste. Primeiro que na Alemanha não existe esse curso SÓ de maquiador (Visagistin), teria que ser o curso Kosmetiker, que engloba tudo de cosmética, como dá pra imaginar pelo nome. E nada de 114 horas…mas 2 anos! Então moral da história, não vai adiantar nada reconhecer meu certificado, porque não posso trabalhar com isso de qualquer maneira. O meu certificado só é considerado uma especialização, algo extra e não a formação básica (formação básica = 2 anos).
Bom, então também não posso vender pão de queijo né? Já que não fiz 2 anos de escola de cozinha! Na teoria, não, não posso ser contratada por uma padaria por exemplo como assadora oficial de bolos, mas posso vender meus pãezinhos congelados com um certificado de higiene sanitária chamado Gesundheitspass emitido pelo Gesundheitsamt. Eu ia lá hoje, mas a loja Strauss em Charlottenburg vai fechar e tá liquidando tudo a 50%. Minha amiga tem o cartão de lá e ainda ganha mas 10%, então já viram né… como não tô vendendo pão de queijo hoje (!) fui na Strauss e comprei umas coisinhas, dentre elas um Brotkasten: porta pão, caixa pra pão, ou sei lá como isso chama. Discreto (cof cof) e promete conservar meu pão por mais tempo fresco. Os sutiãs e o casaco de inverno também estão com preço ótimo, quem mora em Berlim, acho que vale muito a pena passar lá. Tem roupas, sapatos, roupa de cama, bebidas, chocolate, decoração e utilidades pra casa.

Calei a boca

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Berlim. Hoje. 30 graus. Ufa, que calor, parecia Brasil, só que mais fedido de sovaco no metrô. Bom, aí com aquele céu azuuuuuul azul, sem nenhuma nuvem, aquele calorão e eu precisava ir de bicicleta igual a chapeuzinho vermelho (a original ia a pé, mas a minha é a do Filme Deu a Louca na Chapéuzinho) entregar minhas encomendas de pão de queijo. Pois bem, a fresta de cima da janela da cozinha estava aberta e é nesta janela que tenho um rádio e vários CDs. Com esse calor e céu azul (tá, já falei) não vai chover nunca, além do mais vou ficar fora só uns 50 minutinhos. Aí fui embora feliz da vida, aproveitando a bicicleta ainda pra queimar as calorias da pizza turca do almoço (é tipo um wrap com salada dentro). Aliás, tinha pepino na salada pizza, será que vou ficar infectada com a bactéria EHEC?? Era pepino cru, bom estava pelo menos descascado. Pra quem não sabe, aqui na Alemanha alguns legumes e vegetais crus podem conter esta bactéria e isso já causou acho que 12 mortes na Alemanha. Em Berlim já são 12 casos de pessoas infectadas. Disseram primeiro que o pepino problema vinha da Espanha. Quer dizer, os pepinos importados da Espanha estava infectados. Mas na Espanha já testaram e não encontraram nada. Foi aí no meio do caminho que algo aconteceu, mas o que minha gente? Por precaução, esta foi a última vez que comi pepino até esse surto acabar ou eu surtar.
Onde eu estava? Pois bem, saí de casa e larguei a janela aberta. Pois não é que quando eu estava voltando, pertinho, há uns 6 minutinhos já daqui de casa, caiu o maior temporal?!!?? Pois caiu. E 6 minutos na bicicleta voltando para casa foram suficientes pra me ensopar. Cheguei pingando em casa. 
E finalmente (endlich) foi aí que “calei a boca”. Pensei que a última coisa que aconteceria hoje era chover e deixei a janela aberta. Mas choveu. E como ficou meu rádio lá na janela? Não molhou nada! Olha que sorte! Mas agora aprendi minha lição, Berlim é uma caixa de surpresas com relação ao tempo. NUNCA diga é impossível chover hoje ou passar de 33 pra 16 graus no mesmo dia. Esse segundo exemplo ainda não aconteceu, mas virá logo mais à noite.
E sobre esse pepino que é a bactéria nos problemas, não comam nada com casca ou fervam 10 minutos. Acredito que se deixar de molho 10 minutos numa bacia d’água com 1 gota de água sanitária (Clorix) funciona também, mas isso pode ser coisa da minha cabeça.

P.S.1 Preciso de um tênis fechado bonitinho delicado e confortável anti chuva.
P.S.2 Vou muito provavelmente conseguir um estágio musical. 😉 Não vou falar mais senão o olho gordo vai crescer! Isso é síndrome de cantora afetada pelos pepinos.
P.S.3 Berlin, me aguarde, agora tenho oficialmente um Duo de “órgão e voz” com o tecladista polonês Szimon Jabukowisky. Órgão é aquele instrumento enorme cheio de tubos que algumas igrejas possuem. Para o final do verão, sairá pelo menos 1 concerto. Hoje tivemos nossa primeira reunião para escolha de repertório.

Enquanto isso no banheiro (parte II)

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Depois do banheiro ter ficado assim…
… finalmente agora está bonitinho! Agora sim. Tenho um banheiro brasileiro completo (não, mentira, não tenho janela). Vamos aos itens:
1) Ralo : tenho, como vocês podem ler aqui e aqui parece que sou a única pessoa na Alemanha que tem um ralo no banheiro.
2) Chuveirinho (Ducha higiênica, leiam mais aqui) : sim. O moço factotum instalou meu chuveirinho e depois ficou falando “ah Scheiße Scheiße, instalei com água fria”. Cê queria colocar água quente fervendo pelando meu furico bumbum?? Tá ótimo Boro (é nome dele), deixa assim, tá Perfekt!

3) Rendinha para colocar rolos de papel higiênico : checado. Comprei lá em Cambuquira no Parque das Águas. Lá em casa sempre teve uma amarela fofinha feita pela minha vó e eu sempre achei delicado e prático pra ter perto do vaso, quando estamos lá naquela hora e realizamos que não temos mais um rolo no dependurador oficial do papel.
4) Dependuradores, ganchinhos (alguém tem uma palavra melhor? Só consigo pensar em hänger) : tenho. Comprei uma maçaneta fofa de porcelana com bolinhas azuis no Flohmarkt Mauerpark, que aliás é ótimo. Custou 2,50. Aí estou usando a maçaneta como um gancho pra dependurar a rendinha de papel-higiênico. (Enquanto o Boro fazia o serviço falava “mulheres… mulheres…”.) O outro gancho é pra dependurar meu secador de cabelo, item básico e indispensável na minha vida. Melhor e mais importante invenção do homem. 
5) Janela : não. Como falei, acho que era a única coisa que faltava pra mim. Eu gosto de ter janela no banheiro, mas aqui em casa mesmo se eu quebrasse a parede ia ser uma janela que dava pra sala ou pra sala do apartamento vizinho, acho que não rola. Tem um ventilador/exaustor aqui que renova o ar e é acionado quando acendo a luz. Desliga sozinho um tempinho depois de apagar a luz. Mas definitivamente preciso comprar outro filtro pra ele. Pedi pro Boro tirar pra eu limpar e tava cinza quase preto. Meu prédio tem 120 anos mais ou menos, desde quando será que isso tá lá?

Outro dia vi o filme Spaceballs e a princesa super mimada tinha que sair a pé no deserto porque a nave tinha quebrado (sim, o filme é uma paródia de Star Wars). Aí o comandante falou “leve somente o que você precisa pra sobreviver” e é claro, o que tinha na mala? Vejam a cena toda no youtube.
O Boro trocou a caixa de descarga inteira também, porque a outra estragava dia sim e alguns não, trocou a torneira da pia e todas as conexões que estavam vazando e enferrujadas, como a descarga. Passou silicone em volta da banheira toda e os restos ele jogou dentro dum líquido pra limpar vidros, usando o primeiro recipiente que encontrou pela frente na cozinha: uma panela. Legal né? Ele precisava de um pote e achou a panela ideal. Não me perguntou nada e quando eu cheguei no banheiro tava lá minha panela com um monte de produtos químicos de limpeza e uma meleca de restos de silicone. Já lavei 2 vezes a panela e vou colocar na máquina pelo menos mais 2 antes de voltar a usá-la.
Ele instalou a nova luminária e um espelho grande no corredor, estantes na cozinha e estantezinhas de temperos. Tentou consertar o vazamento do aquecedor de uma sala mas não funcionou. Logo o prédio vai desligar o aquecimento todo, então tudo bem. Então, isso tudo mais outras coisinhas deram em torno de 7-8 horas de trabalho. Ele não fala o preço nunca, fica falando “não precisa pagar nada…”. A gente que tem que falar quanto valeu o serviço. Eu quis dar 100, ele só aceitou 50 e com muito custo pegou mais 10. Ou seja, €60 por 8 horas de trabalho, sendo que ele me levou de carro (poisé… o bombeiro/eletricista tem carro e eu não) pra trocar umas peças na Bauhaus (loja de construção). Eu acho que tá muito razoável. Quem precisar aí de um factotum pode me pedir o número dele.

Roma-Berlim

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Passei 1 semana em Roma, Itália. Foi uma ótima viagem, adorei. Uma cidade repleta de história, como quase tudo mais que conheço na Europa. Arquitetura linda e comida maravilhosa (leiam em Notas sobre Roma). As calçadas de Roma são “inandáveis”, tudo pequeno e esburacado. O tempo estava uma delícia, passei até calor por sair com blusinha fina de frio mais jaqueta. Tava cheio de gente na rua até de sandalinha já. Fui em todos os pontos super turísticos, e em alguns não exatamente turísticos, como o MACRO (Museu de arte moderna) que não é muito grande e tem coisas muito legais, valeu a pena. Tem uma obra do brasileiro Ernesto Neto, que também tem uma obra no Inhotim, em Minas Gerais. Esta no MACRO em Roma é como se fosse uma flor, com vários temperos dentro do tecido de lycra e entramos embaixo da flor sentindo os perfumes.

Colosseo (Coliseu)
Fontana di Trevi: a do filme La Dolce Vita e Elsa e Fred
Não tive internet. Pelo que vi em Roma, wi-fi é algo que ainda não está muito na moda. As duas únicas vezes que resolvi testar quanto eu pagarei de conexão de internet via celular da Alemanha foram apenas pra avisar minha mãe que eu estava bem e a segunda vez pra avisar minha amiga que ela iria chegar em Berlim antes de mim e infelizmente eu não teria como buscá-la no aeroporto. Poisé. Perdemos o voo porque a mulher fechou o check-in na nossa cara 40 minutos antes do voo. A má sinalização também fez outros casais perderem o mesmo voo. Aí tive que pagar mais €100 pra vir no mesmo voo no dia seguinte (ou 400 a mais se fosse outra companhia!). Paguei novamente também, claro, transportes internos pra voltar pra cidade e andar na cidade de novo. Mas afinal de contas, estava “presa” em Roma né! Poxa, não era Conceição de Santana do Mato-dentro afora do Fundo (??). Detalhe: no dia seguinte, peguei o voo, tudo certinho, e até 5 minutos antes da partida ainda estavam embarcando malas no avião.

O aeroporto de Roma é grande e no primeiro andar é só desembarque, sendo que no saguão inteiro tem apenas UMA mísera plaquinha, pequena, indicando os portões de embarque. Pois bem, ficamos andando igual barata tonta e quando achamos o portão tinha uma fila gigante. Vi que algo estava errado e fui perguntar em outro portão, que não era o que estava escrito que era meu voo… aí a mulher falou que Berlim era lá sim (estava vazio). Pegamos as malas na fila gigante ao lado e andamos pro novo portão. Quando cheguei lá ela disse “é chiuso”. Queeee?? Em 1 minuto você resolveu fechar?? Ela falou que agora os passageiros já estavam embarcando e não dava mais tempo de enviar novas malas, todas já estavam dentro do avião. Mentalmente esmurrei a cara dela, o cachorro dela e lancei algumas maldições contra ela. 

Aí voltamos pro sótão que eu estávamos hospedados, comprei mozzarella de búfala e presunto cru e me entupi feliz. No dia seguinte passeamos mais e fomos novamente pro aeroporto. Os hotéis que procuramos para o feriado já estavam lotados e de fato a cidade estava super cheia. Conseguimos este sótão então aí da foto, nada mal para um sótão né? Com banheiro e tudo, há 3 minutos de uma estação de metrô.

Para fechar, olha a Praça que encontramos perto do Museu MACRO: (E esta foi minha viagem de Páscoa.  Arrivederci!)